quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um pedaço da China em Londres

Sempre ouvi falar que a noite de ano-novo era uma momento de renovação. É quando você entra no mar para lavar a alma, reza e joga barcos pra Iemanjá. Pula sete ondas para dar sorte, faz uma porção de promessas ao ano que está para chegar. Mas, se já estamos na segunda semana de fevereiro e o ano-novo ficou lá atrás, por que voltar com o assunto?

Domingo, 10 de fevereiro de 2013. A Picadilly Circus, uma da principais ruas de Londres estava entupida de gente. Há um mês aqui, nunca vi tantas pessoas reunidas em um só lugar. Bastava seguir o fluxo e a música para chegar a Lisle Street, uma das ruas da Chinatown.

Na entrada, em cima de um palco, dois chineses faziam apresentações de kung fu. No poste, bonequinhos rodavam e tocavam melodias orientais. Nos rostos se viam máscaras e nas mãos bandeiras da China. Um telão anunciava o Ano-Novo Chinês.

2013, para os chineses, é o ano da serpente. Segunda grande diferença para nós, ocidentais. Além do calendário seguido ser o Lunar e não o gregoriano, cada ano que entra é dedicado a um animal. Segundo o horóscopo chinês, a serpente é o sexto signo do zodíaco no calendário Lunar que se baseia em ciclos de fases da lua.


Em um ano, exitem cerca de 12 meses com 354 dias. Ao todo, 12 símbolos de animais representam o zodíaco e eles se repetem a cada 12 anos. De acordo com o antigo calendário Chinês, a Serpente significa um bom presságio e ter uma em casa representa prosperidade.

A festa de ano-novo coincide com o início da primavera, entre o final de janeiro e o começo de fevereiro. Não há uma data exata para a comemoração, pois depende dos ciclos da lua. Aqui em Londres, nem a chuva e o frio conseguiram apagar as cores da festa chinesa ou desanimar quem esteva presente.

Os restaurantes estavam lotados, as pessoas se esbarravam o tempo todo, querendo tirar fotos da decoração, da multidão, ou dos desfiles do dragão vermelho. As barraquinhas nas ruas vendiam ornamentos orientais, comidas típicas e até viagens à China!

E, por falar em China, alguns aspectos da comemoração do ano-novo são muito semelhantes ao nosso. Por exemplo, a família se reúne para o último jantar do ano e pratos as vovós fazem pratos especiais para trazer sorte e felicidade. Bolinhos em forma de lingotes de ouro, peixe que representa dinheiro, arroz que traz prosperidade e o talharim, que representa vida longa, são algumas das comidas que não podem faltar. Essa data é também para os chineses, o momento para perdoar e se renovar.


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