quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um encontro com a saudade em Greenwich

A hora passa lenta, sem nenhuma pressa. Sentada ali naquele café, eu olhava ao redor e sentia falta do que deixei para traz. Ajeitei-me confortavelmente na cadeira, tomei alguns goles do capuccino, sentindo que esse jamais será igual ao brasileiro.

Estava em Greenwich Park, mas não pelo mesmo motivo de milhares de turistas que o visitam todo o ano. Não encontrei a linha imaginária que divide o mundo em dois hemisférios, mas também não me interessei em procurá-la. O famoso parque me ofereceu muito mais que um passeio turístico.



Sem pretensão de saber onde eu estava, saí da estação de metrô e fui andando sem rumo pelas ruas. A região não é muito grande e não é fácil se perder devido a boa sinalização com placas e ao fato de que quase todas as ruas dão acesso ao parque.

A primeira surpresa foi o Greenwich Market. Ele se parece muito com os outros que já vi em Londres, a não ser por dois detalhes: um barraca de café com todos os tipos de sementes imagináveis – inclusive brasileiras e outra vendendo churros.

Aqui, há milhares de quilômetros de casa, comecei a me dar conta de como pequenas coisas do dia-a-dia nos passam despercebidas. Digo isso porque tanto o fato de ter visto café brasileiro quanto os churros me lembraram de Florianópolis.

Quantos mercados de rua temos por lá? Nos finais de semana, à tarde, na Praça XV, as barraquinhas de roupa, comida, artesanato são montadas. Não me lembro de ter visitado uma delas. Saindo do Greenwich Market, fui em direção ao parque.

Além dos turistas, famílias com crianças e os cachorros, casais, pessoas praticando atividade física. Muitos bancos, árvores, bons restaurantes e um túnel que leva para o lado sul do parque, onde sentei no café e comecei a divagar sobre a vida enquanto observava, meio boba, pequenas flores lilas nascendo ali na grama.


Voltando para Florianópolis, do lado da minha casa, bem no centro da cidade, O Parque da Luz tem uma infinidade de flores, bancos, um campo de futebol e uma vista maravilhosa para o mar e a ponte Hercílio Luz. Eles podem ser visitados durante a manhã nos finais de semana manhã.

O caminho de volta ao lado norte do parque foi novamente pelo túnel. O fim da tarde trouxe o frio, mais e mais pessoas e um céu digno de uma pintura. A margem do rio Tamisa um pai brincava de jogar pedrinhas n'água com seu filho e um homem com um detector de metais estava procurando algo na areia, moedas talvez?

Logo ali, na parte mais alta da margem, os bancos estavam ocupados por casais e amigos tomando cervejas do Trafalgar Tavern. Foi ali que parei minha caminhada a espera do pôr do sol. Sei que não demora muito e estarei de volta ao Brasil, mas a saudade é inquietante, agoniante, duradoura. Ela não me deixa ver Londres sem que eu procure lugares que me confortem e me façam voltar para a minha terra.





Um comentário:

Anônimo disse...

Thaís, Amiga
Parabéns! Consegui viajar contigo nesse teu relato, foi lindo!
Parece que eu estava caminhando junto contigo, és realmente uma ótimo escritora!

I Miss You, Louisi.