quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cuba: a primeira impressão

Leonardo Contin

Para chegar a Cuba de avião, vindo de qualquer parte do mundo, parece óbvio dizer que há necessidade de sobrevoar o Mar do Caribe (elementar, meu caro!) A primeira imagem que tive do avião, ainda sobrevoando a ilha de Fidel, foi interessante: chegamos à noite, avistei luzes de casas, ruas e prédios. Mas não eram luzes como as que costumamos observar quando viajamos sobre o Brasil à noite. As luzes pareciam enfraquecidas, sem muito brilho. Poucos carros circulavam no meio destas luzes, apesar do horário relativamente cedo (chegamos a Havana às 21h). A primeira impressão acerca da energia se confirmou no desembarque, no hall do aeroporto: as luzes de fato são mais fracas do que estamos acostumados no Brasil.


Calorosa recepção


Aviões com bandeiras do Canadá, Alemanha, Rússia e Panamá faziam seus serviços de embarque e desembarque – capítulo a parte, nossa aterrissagem foi bastante aplaudida: exatamente no instante em que tocava o solo, uma rajada de vento (comum na região) desestabilizou a aeronave e a jogou para o lado, dando a impressão de que iria virar. A simpatia dos cubanos ao chegar a alfândega me impressionou. Nunca vi recepção tão calorosa como em Cuba e não sou marinheiro de primeira viagem, Cuba é o 20° país que visito. Todos os funcionários sorriam e prestavam informações com muita cordialidade.

Mitos pelos ares

Um dos primeiros mitos que ouvi, acabou derrubado: disseram-me que haveria conferência daquilo que carregamos nas malas. O único tipo de conferência que tivemos foi o surgimento de vários cães da raça Cocker (aquele da orelha comprida, não tem?), que chegaram correndo ao aeroporto cheirando tudo, provavelmente numa tentativa de encontrar drogas – algo comum em qualquer país. Mais um mito derrubado, ainda no aeroporto: diziam que em Cuba todos os equipamentos, em hotéis, prédios públicos e até mesmo nas casas das pessoas eram velhos, mal funcionavam. Mentira.

O aeroporto é bem equipado, com câmeras, ar condicionado do tipo split (ouvi dizer que ventiladores da década de 1950 faziam a refrigeração do local) e televisores modernos iguais aos encontrados em outros aeroportos da América Latina. Não fizeram-me nenhuma pergunta indiscreta na aduana, ao contrário do que já sofri na Europa anos atrás. Os carrinhos de carregar as malas, provavelmente da época em que a extinta União Soviética ajudava os cubanos, são um charme, num estilo retrô, com um metal brilhante, aparentemente bastante resistente a pequenos esbarrões comuns em aeroportos.

A viagem

Entre a hora que acordei, em casa, para fechar as malas e seguir ao aeroporto Hercílio Luz até o momento em que cheguei ao hotel em Havana e pude descansar, se passaram 21 horas. Quase um dia inteiro de viagem, entre combinações de horários de voo, chegada antecipada ao aeroporto e passagem pela aduana. Viemos através do Panamá, país da América Central que faz divisa com a Colômbia, ligando a América do Sul à América do Norte e famoso também pelo Canal por onde passam barcos que necessitam partir do Atlântico e ir ao Pacífico e vice-versa. O Panamá será motivo de menções mais profundas nas próximas semanas aqui na Zona.


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