sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O arco-íris no fim do pote de ouro


Sim, você não está lendo errado. É o arco-íris no final do pote de ouro mesmo! Esta crônica aborda temas como inversão de valores e o ditado "vale mais a caçada do que a captura". 

Muitas pessoas, vítimas de uma sociedade cada vez mais imediatista, acabam valorizando mais o produto final do que o caminho feito para alcançar o objetivo. Muita gente só observa o dourado do ouro, sem perceber as outras cores: o vermelho, o laranja, o amarelo, o verde, o azul, o anil e o violeta. Acredito que o ouro não seja o produto final, e sim mais um item na jornada da vida. Qual seria a graça se o ouro fosse o produto final? A pessoa encerraria as buscas quando encontrasse o pote de ouro e sua vida não teria novas buscas. 

Para mim, o pote de ouro é tão importante quanto o resto, e penso que pode ser tratado até como um ponto de partida. Às vezes, é preciso encontrar o pote de ouro para descobrir, como num insight, a importância do arco-íris.Quando se conclui que os valores tão procurados estão invertidos, a própria valorização das coisas passa a ser algo mais valorizado. Você percebe pela sua experiência que as vivências não possuem uma recompensa maior que os próprios acontecimentos. E são as pessoas que constroem as suas próprias concepções de "recompensa". Algumas pessoas se sentem gratas por estarem vivas, respirando e sentindo. Outras não. A valorização das coisas é algo pessoal e muito importante para definir os objetivos da vida e as respostas que damos para nossos próprios questionamentos. 

A inversão de valores mencionada aqui também é algo subjetivo. Para muitas pessoas, o que eu atribuo como valores invertidos é, na verdade, a ordem correta das coisas. Tudo é uma questão de ponto de vista. A pessoa pode considerar que não há mais nada para se buscar além do pote de ouro, contanto que ninguém seja prejudicado pelas ideias, não vejo problemas nisso. Mas eu acho que pelo próprio bem da pessoa, ela deve buscar cada vez mais novas aventuras, objetivos e alternativas. Se uma pessoa para de procurar algo, por menor que esse "algo" seja, ela não se sente mais viva. A vida é uma incansável caça ao tesouro, com cada vez mais novas recompensas que devem ser encontradas para garantir uma satisfação interna (momentânea, por isso que devemos procurar mais e mais por nossos tesouros). Desistir de procurar é desistir de viver e vegetar. Mesmo com todos os contratempos, isso seria uma opção bastante dolorosa. 

A vida precisa de um sentido, que cabe a nós dar para ela. O sentido é o tesouro que devemos buscar dia após dia.

Felipe Kowalski

Nenhum comentário: