terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Cronista Que Só Sabia Viajar

Era uma vez uma menina muito esperta. Ela gostava de ler livros e queria escrever quando crescer. Mas um dia quando ela fez mais de vinte anos ela descobriu que ela não queria escrever, descobriu que ela queria viajar. 

Nas linhas do papel de seu caderno, a viagem começava. Então o mundo era muito mais colorido, e era quase sem paredes, pois para ela não existiam limites, o teto e o horizonte eram extremamente fantasiados, ela viajava milhas e milhas distante ora lendo, ora escrevendo.

No final das contas e menina percebeu que o mundo dela era outro e que os livros são um passaporte. Ela adquiriu um mundo só dela. O que poderia ser mais gostoso que o Planeta da Cronista que só sabia Viajar? 

Ao transformar-se um uma cronista, a Cronista Que Só Sabia Viajar, não sabia como fugir do tédio nas suas crônicas, ela ficava se indagando, às vezes, como os grandes escritores, autores de crônicas maravilhosas, transformavam mesa, praia e águia em poesia? Como eles não escreviam O Tédio quando pressionados a escrever? Como eles não faliam em textos pobres que não levariam o turista nem a um passeio de carroça? 

As frases se formavam, quando livre. Presa, a cronista que não sabia escrever parava emburrada dizia:

-Ó, como conviver com o tédio e a pressão?

Esta pressão, tão antônima a liberdade causava danos terríveis a sua imaginação, acostumada com a liberdade, do silêncio do quarto. Como correria para longe desta pressão? Que agonia! O tédio também agarradinho nela, tão fofinho, não desgrudava mais da pobre cronista. E ela seguia em seu quarto pensando as mesmas coisas dias e dias:

- Eu nem sei escrever crônica, será que eu sou a única cronista que só sabe viajar? Como vou explicar isso para os meus pais, amigos e professores? 

Seguia preocupada a falar a Cronista Que Só Sabia Viajar.

Bruna Moraes

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