terça-feira, 12 de junho de 2012

Autor: Ninguém; Interlocutor: Outrém

A morte do autor

Que horas são? Ah, mais ou menos umas dez e meia. Quantas pessoas têm aqui? Que isso, tá sem óculos ou me zoando? Falo sério, me diga? Sei lá, umas 15 (risos). Me desculpe se te ofendo mas onde estamos? Pois bem ônibus, asfalto, motos, cinza e sentados na calçada, não, não estou descrevendo o local, me refiro à foto ali. Estamos no presente, estamos no aqui e no agora o lugar não importa muito, tampouco meu nome e o seu, o que importa é o tic-tac que o relógio ali não faz. És uma reencarnação de Freud? Lembro-te que reencarnação não dá continuidade à gênero! Não sei, talvez você seja Anita e não sabe, não é? Então, isso só você pode me dizer afinal você que me fez como a todos lá. Lá? Aqui? Nem sabes onde estás como dizer onde não estás? Onde vamos? Me diga você. Onde queres ir? Prefiro ficar aqui, sem muito, nem pouco o meio é o que rege, meu nome não importa, quem sou e o que fiz nem lembro desde que cheguei aqui. Assumo-me novo, velho novo, cosmopolita do meu bairro. Meu nome é você.

Adilson Costa Jr.

Um comentário:

Roger Machado Moreira disse...

Quero te contar
Mas não sei explicar

Eu não sei explicar (eu não sei)
Vê se desculpa aí mas (eu não sei)

Eu sei que eu não sei
Eu não consigo falar
Você me deixa mal
Eu sei que eu não sei

--

Eu não estou entendendo nada
Do que você quer dizer
Você me diz que é pra eu ficar quieto
Depois diz pra eu me mexer

Eu não estou fazendo nada
Mas também o que é que eu vou fazer
Eu não estou sabendo nada
Mas também não quero nem saber

Eu não estou sentindo nada
Mas eu acho bem melhor assim