terça-feira, 29 de maio de 2012

Coletividade Solitária

E agora meus pitacos do outro texto, como lidam?

Já falei neste mesmo espaço em Não somos uma sociedade que o "todo" só é possível nas linhas e papéis. Na prática, é cada um por si e o cara lá de cima por quem reza. Não defendo o modo de produção socialista, nem trato como glorioso o capitalismo, mas o fato é que os cidadãos querem um pedaço cada vez maior do bolo que nos sobra no fim do mês.

População, nação, país, naturalidade, o orgulho de ser brasileiro. Cá para nós leitor, o tempo nos fez, e faz, ver que o egoísmo é escancarado. Defendamos os que brigam por melhorias, sim, claro, afinal lutamos por elas também, defendo-os até que a corrida deles não atrapalhe a minha. Não é o que acontece hoje, 29 de maio, com os motoristas e cobradores de ônibus?

Ganhar acima de mil e trezentos reais e trabalhar seis horas e quarenta minutos, sem que seja exigido um curso superior, é um emprego mais do que bom, penso eu. Infelizmente penso diferente daqueles que o têm. Os motoristas paralisaram suas atividades nos primeiros minutos do dia de ontem e prorrogaram a greve até o dia de hoje, no mínimo, e sem prazo para terminarem. Enquanto isso na liga da justiça, que vê-se todos os dias, as ruas estão desertas, cheias de espaço para caminhar sozinho e chegar atrasado onde quer que seja.

E para chegar é outra história que rende no mínimo mais um parágrafo. A prefeitura informou que disponibilizaria vans para uso daqueles que realmente precisassem durante o movimento grevista dos funcionários do transporte coletivo. É acrescentado, mais ou menos, 100% do valor da passagem normal, que já não é barata, para pegar a condução que a prefeitura autoriza e, além do acréscimo, os que forem usufruir do serviço não sabem seu preço até que o veículo pare e o motorista anuncie, pois não está fixado no automóvel o valor.

Aprecio o valor daquele que quer melhorias, que quer prosperar, porém, seus meios devem ser contabilizados. Critica-se tanto as formas ilícitas de tornar-se mais ourudo, devemos manter o mínimo de bom senso e rever os conceitos quando formos exaltar quem desdenha um estatuto.

Antes de me considerar como elitista pergunta-te quem fica sem latão? Lembramos, é ano de eleição. Todo , por menor, é quantitativo e com certeza vai ter consequência nas urnas.

Se for para achar algo "bom" nessa coisarada toda que seja o companheirismo de uma boa caroninha, porque ela será precisa, no mínimo, até amanhã.

Adilson Costa Jr.

4 comentários:

Anônimo disse...

É verdade ... quem lucra mais nas costas do quem mais precisa ... ano é de elições, eu ja sei em quem não votar. Espero que o povo não esqueça !!!!

Dinkiuinki disse...

Quem pode dizer se 1,500 reais é uma quantia compatível com a jornada de 6 horas?creio q não são aqueles que nunca vivenciaram essa rotina. Porém, posso afirmar sem duvida alguma que o salário dos nossos queridos políticos, reajustados na casa dos cento e poucos por cento anualmente, não é compatível com a jornada de trabalho, pois mto deles nem cumprem a jornada de no mínimo três dias presenciais na semana no congresso. Politico precisa fazer greve? ? obviamente que não, tem prerrogativa de aprovar o aumento do próprio salario... E essa ausencia constante, SEM CAUSA, nao acarreta nenhum prejuizo ao corpo social??Ano passado apenas 5% dos deputados compareceram em todas as sessoes em um semestre, equivale a 28 deputados de um total de 572. Aí ficamos calados né. Egoísmo é pensar que você se complicará por dois dias em nome de uma causa maior de uma categoria, que pode findar com resultados perenes e positivos, e achar absurdo que ela ocorra. Vamos defender as grandes empresas, caro Adilson, que auferem grandes lucros as custas dos seus infelizes trabalhadores que nem nível superior tem... Depois vc diz não ser elitista, analise bem a bandeira que vc está hasteando, de forma latente defendes os grandes em detrimento de quem luta de forma legítima por dignidade.

Thaís Teixeira disse...

Bom, lá vamos nós de novo. (Pelo menos aqui não tem o chato do Horácio dizendo que eu to falando mais alto que alto-falante!)

Vejo aqui um discurso reproduzido dos dois únicos jornais que temos (se pelo menos um colocasse um contraponto até seria interessante de lê-los).

Deixo, primeiro meu apoio à greve(embora eu tenha descido metade do morro da cruz à pé por culpa da mesma). Acredito nas manifestações populares, nos movimentos que, de alguma forma, traz à uma sociedade ACOMODADA E INDIVIDUALISTA um pouco da realidade mascarada todos os dias.

Segundo, mil e trezentos reais por mês para um trabalhador que tem uma família para sustentar, filhos para por em escolas particulares (porque as públicas são uma merda) para que possam ter um diploma e ganhar mais que eles, contas e contas para pagar final do mês é sim pouco.

6h40 de trabalho pode parecer pouquíssimo, quase nada para nós que estagiamos 5h. Mas, por incrível que pareça, eles tem uma vida longe dos volantes e das catracas. Reclamos que não temos tempo de ler um livro, pois bem, porque diabos eles não podem ter esse mesmo direito?

Fica fácil condenar quando a única coisa que se lê são os discursos hegemônicos de empresas cujos seus proprietários são ligados diretamente com o poder político.

Não concordo com os excessos da greve, eles deveriam sim fornecem alternativas à população. Seria uma maneira inteligentes de conseguir o apoio popular e de até outras frentes como a estudantil.

Quando os estudantes vão para as ruas ou fazem greve são bardeneiros, quando os professores fazem greve são preguiçosos e incopetentes, quando os trabalhadores fazem greve são vagabundos.

Quando vamos parar de endemoniar os movimentos populares??

Realmente, ativismo político é maravilhoso até que a merda atinge a gente. Aí não pode mais lutar.

É isso mesmo? É isso que se chama de defender o que acredita?

Posso estar sendo extremamente utópica, mas enquanto a elite empresarial continuar mandando e desmandando aqui, vou continuar contra o Estado e jamais deixarei de apoiar as lutas populares, pois é direito das classes é extremamente necessário para uma real democracia.

Thaís Teixeira disse...

*incompetentes
*é direto das classes, e extremamente necessárias para uma real democracia