sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ao leitor


Do meu papel
pouco sei fazer,
das muitas vezes me perco
naquilo que quero escrever

Queria um texto bonito,
cheio de pompa e graça,
mas ao mesmo tempo inciso,
para suas mentes esparsas

Quem sabe permear
um pouco da natureza do ser?
E tentar com sentidos elucidar
os agouros de se viver.

Talvez fizesse crônica,
de álcool, putas e lágrimas,
ou divagações platônicas
entre os desabares de minh'alma.

Mas de todas essas lamúrias
nada sei o que fazer
pois além de minhas luxúrias
dizem que devo pensar em quem vai ler

Tenho mesmo é desejo de dramas.
Mas para os romances há barricadas.
Um toque de lirismo e reclamas,
leitor de falsas trovadas.

Preguiçoso. 
É tudo que tenho-lhe hoje a dizer.
Não fazes nenhum esforço
para tentar algo compreender.

Da objetividade cria sua virtude
para o máximo sorver.
Porém, vai assim amiúde,
engolindo qualquer parecer.

Esqueces de pensar,
meu caro espectador,
e acabas assim por minimizar
o texto em seu langor

...Queres saber?!
Some-te de minhas vírgulas!
Não é para ti!
Nem tente agora entender.
O poema já acabou.
Vai! enxota-te daqui! 

Gessony Pawlick Jr.

Nenhum comentário: