sábado, 3 de março de 2012

O passado deles

Eles estão sempre dispostos a dar a notícia, não importando a hora nem o lugar. Se houver um fato, lá estarão os famigerados jornalistas dispostos a arrancar a carne de quem impedi-los. Sim, são como pragas por toda parte, queira você ou não. Mas e o passado dessas pessoas? Já pensou por onde estiveram Caco Barcellos, Fausto Silva e Sandra Annenberg?

O premiado jornalista Caco Barcellos (5 de março de 1950) foi concebido na periferia de Porto Alegre, na Vila São José do Murialdo, onde desde sempre presenciou cenas de brutalidade policial. Para quem pensa que já nasceu tendo essa ideia fixa na cabeça, está enganado. Antes de se tornar especialista em jornalismo investigativo, Caco foi taxista, estudou matemática e já participou de uma comunidade hippie. Depois de passar a década de setenta no jornalismo alternativo, foi em 1985 que a Globo o descobriu. Passou por várias revistas, como: IstoÉ, Veja e Repórter, além decobrir guerras, catástrofes naturais e guerrilhas. Passou cinco anos convivendo com Marcinho VP, integrante do grupo criminoso Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, para escrever o livro "Abusado - O Dono do Morro Dona Marta. Seu outro livro, “Rota 66-A História da Polícia que Mata” ganhou mais de sete prêmios pelos direitos humanos. Em 2006 e 2008, foi eleito o melhor repórter da televisão brasileira e ainda em 2008, recebeu o Prêmio Especial das Nacões Unidas, como um dos cinco jornalistas que mais se destacaram, nos últimos 30 anos, na defesa dos direitos humanos no Brasil.


"Eu quero que meu enterro seja repleto de prostitutas, mendigos e craqueiros" Caco em entrevista a Revista Rolling Stones.

O versátil Fausto Silva (2 de maio de 1950), ao contrário de Caco, nasceu pensando em jornalismo mesmo. Com apenas quinze anos já era repórter da rádio Centenário de Araras, no interior de São Paulo. Acredite se quiser, o Faustão foi contratado pela Record para apresentar o Jornal da Noite, além de ser o redator. O negócio foi ficando bom e o futuro apresentador do “Domingão do Faustão” se interessou pela área esportiva, trabalhando para a Rádio Jovem Pan. Não satisfeito, ainda fornecia seus textos para a Folha de São Paulo, atuando em várias áreas do jornalismo. Mais tarde, juntamente com um grupo de profissionais do Sistema Globo de Rádio, criaram o programa “Balancê”, onde políticos, artistas e celebridades participavam. Imaginem o que Fausto fazia? Tudo que aparecesse.

Quando Osmar Santos se envolve em projetos televisos, em 1983, o “faz tudo” assume o lugar, mostrando seu jeito cômico e irreverente de lidar com o público. Mais tarde, acaba transferindo seu show de auditório para a TV Excelsior, com o título “Perdidos na Noite” (em homenagem a um filme de Dustin Hofmann). Já em 1986, passou a Bandeirantes com o programa Safenados e Safadinhos”. Mas foi em 1989 que finalmente apareceu na Globo com seu programa “Domingão do Faustão”, que até hoje está no ar,aos domingos. Faustão tem a mesma idade de Caco Barcellos.
E por último o passado, no mínimo, bizarro de Sandra Annenberg (5 de junho de 1968). Foi em 1974 que começou sua carreira, mas não foi como jornalista não, foi como atriz. Sua primeira aparição foi em um teleteatro na TV Cultura, além de ser repórter no programa Crig-Rá, apresentar o Show de Esporte e comandar o TV Criança. Estudou na Escola de Arte Dramática da ECA-USP, mas desistiu antes de terminar, por causa do ritmo acelerado do trabalho. Mais tarde (aí sim), cursou jornalismo na FIAM. Para avisar os esquecidos ou perdidos: Sandra chegou a atuar no seriado Tarcísio de Glória. Não foi uma atriz amadora.

No entanto, o negócio dela era mesmo a bancada. Foi então, que em 1991 foi contratada pela Central Globo de Jornalismo, onde começou na previsão do tempo. De 93 a 96, apresentou o Fantástico, além de em 1997 ser editora-executiva do Jornal da Globo, assumiu o Jornal Nacional também. A partir do dia 30 de março de 1998 assumiu a bancada do Jornal Hoje, onde se encontra até o momento. Em 2008, recebeu o prêmio Mulher Imprensa como melhor "âncora" (jornalista que apresenta e edita o telejornal) do país. É casada com o jornalista Ernesto Paglia. E para fechar, não, ela não é irmã da Fátima Bernardes.

Rafaela Bernardino

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