Nossa intensa fome por informação nos fez criar a capacidade de engolirmos qualquer besteira, eliminando a sutileza de nosso paladar. Nossa rotina, desse caldo de lavagem praticamente crua, criou em nossas papilas gustativas uma preferência insonsa, que prevalece àqueles que deglutem inteiro o quem leem. Uma corja de falsos gourmets e gourmands, defendendo o sabor inexistente. Não de pérolas aos porcos, já disse aqui Horácio certa vez.
Torno eu a falar de nossa era de rapidez, deste bombardeio de conteúdo que conquistamos com a tecnologia, do sedentarismo da informação; este novo modo de viver que nos trouxe sabores e dissabores confusos. Aprendemos com eles a gostar daquilo que tem fácil consistência, afinal mastigar pode ser dispensável e a leitura é dinâmica, ainda mais quando a intenção é sorver a maior quantidade possível deste caldo alfabético. Não temos mais o prazer de ler, temos somente o desejo de consumir o mais rapidamente os livros da nova estação, enquanto as especiarias da poesia e da literatura estão nas mãos dos mortos.
Criamos esta necessidade de sopas ralas e lanches secos, e tiramos deles os padrões para aquilo que lemos, o defeito não está na cozinha, não falo de baixa qualidade, falo de padrão e de nomes que catalogamos sem saber exatamente o lugar de cada coisa, usamos termos que desconhecemos seu verdadeiro significado, posamos de gourmands quando deveríamos simplesmente mastigar.
Torno eu a falar de nossa era de rapidez, deste bombardeio de conteúdo que conquistamos com a tecnologia, do sedentarismo da informação; este novo modo de viver que nos trouxe sabores e dissabores confusos. Aprendemos com eles a gostar daquilo que tem fácil consistência, afinal mastigar pode ser dispensável e a leitura é dinâmica, ainda mais quando a intenção é sorver a maior quantidade possível deste caldo alfabético. Não temos mais o prazer de ler, temos somente o desejo de consumir o mais rapidamente os livros da nova estação, enquanto as especiarias da poesia e da literatura estão nas mãos dos mortos.
Criamos esta necessidade de sopas ralas e lanches secos, e tiramos deles os padrões para aquilo que lemos, o defeito não está na cozinha, não falo de baixa qualidade, falo de padrão e de nomes que catalogamos sem saber exatamente o lugar de cada coisa, usamos termos que desconhecemos seu verdadeiro significado, posamos de gourmands quando deveríamos simplesmente mastigar.
É necessário, sim, toda uma pirâmide alimentícia, mas já misturamos o que cabe a cada sessão, enaltecendo sabores comuns e jogando filés aos cães, e tudo isso pela simples cultura popular, onde aprendemos, erroneamente, a falar de boca cheia, e aos poucos damos novos rótulos ao que nem sequer consumimos direito, de um lado o sensaborio de cada dia, contra a estranheza de cozinhas exóticas, para saber quem, pelos falsos gourmand, tem o melhor sabor, enquanto o equilíbrio de uma boa refeição é engolido inteiro, sem um mínimo de apreciação por ser comparado a extremos.
Por fim, deixo que o paradoxo me pegue ao servir essa sopa, mas creio que fazendo com um tempero, somente um pouco diferente, posso incitar outros a degustarem o que lhes colocam ao prato, a fim de de que encontrem novas iguarias.
Gessony Pawlick Jr.
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