Ah deuses tontos, de colombinas e alerquins, rodando insones, na alegria de estar assim, purificados pelo álcool; meus horrendos querubins.
Sob as cores que saltam aos olhos, pintando em fogos a extensão celeste, bailam sujos e travestidos, a infantaria das fervidas pestes, inebriando-se extrovertidos, entre plumas, paetês e confetes.
E dos foliões tristes, que guardem um lugar para mim, no guarda-roupa dos pierrots, resenvem-me ao menos o nariz. Sei de meu papel nos rodopios desta noite embriagada, rondando o vazio, de sordidas calçadas, buscando amores baldios, na eterna luta por esquecer outras amadas.
Palhaços das avenidas, tristes almas maculadas, passem por aqui, que os acompanharei em vossa jornada, entre lixos e poemas, e belas garotas acossadas. Que cantem-me os bêbados! Marchinhas inesperadas. Gritem! Novas dores acumuladas.
Desejo o carnaval em sua essência pura, pecado por pecado, em um rio de feia luxúria. Desejo o expurgo das laivas passadas, num vômito gorjeante, a beira de qualquer estrada, aos pés de um rubro hidrante, enquanto nasce a explêndida alvorada.
Gessony Pawlick Jr.
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