sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Um pequeno passo para imoralidade

Sei que parece recorrente este tema em meus textos, que pereço querer alcançar uma espécie de mal maior, mas se devo me defender, faço-o dizendo que ingenuidade e “verdade” não são boas características para o mundo moderno, são rococós inúteis servindo a olhares moralistas. Devo desiludi-los, caros viventes deste mundo vil, não a nada de novo debaixo do sol! Assistencialismos e sindicalismos são como modelos de revistas, poses para camuflar ou enfeitar o produto que vendem.

Sei que mais tarde Horácio, e talvez Queda, venham discordar destas pontudas palavras, que em certas horas realmente aponto a eles, como tenho igualmente noções de que muitos em meu convívio reclamam desta minha imoralidade, de minha “incoerência” ao vender dissimuladamente algumas de minhas ideias, mas sinceramente, eu adoro toda essa corrupção.

Claro que tudo isso é uma questão de princípios, de bons costumes, e que não passa de um vão estilo de vida, herdado pelas cruezas desta própria; é a sobrevivência do mais apto, a soberania do imoral, o teatro das lágrimas de crocodilo, do raciocínio mais rápido, da alma lobista, e claro, do egocentrismo. Não desejo tocar no calo tupiniquim que é a política, mas não vejo outra peça tão perfeita para ilustrar o que digo. Políticos roubam e isso não é novidade, mas é por uma natureza que todos partilham, a natureza humana; não há porque remoer, o que reclamar, afinal, ele é mais rápido, mais sagaz, e nós adoramos nos vestir de cordeirinhos. Não confundam o que eu digo com conformismo, está muito longe disto, falo aqui de dramas shakespearianos, de novelas mexicanas, todos presentes nos melhores artigos e jornais.

Outra novidade, meus fantasiados cabritinhos, ninguém se importa com seus problemas, eles falam sobre, isso sim! Querem opinar, lhe ensinar a levar sua vida, usam suas melhores máscaras tristes, mas eles não se importam, afinal, os problemas são SEUS; nada que valha é de graça, e são esses os pensamentos deles quando saem para esvaziarem seus próprios sacos; não se ache diferente, nem creia que alguém se importe, pois meu caro, merda rasteja, só o dinheiro fala, ou no mais curto ditado americano Money Talks.

Por fim, chamo os mais próximos, e aqueles que simpatizam com crueza do mundo, para que esqueçamos a virgindade ideológica, as aprazíveis flores alegóricas da ingenuidade, o frouxo assistencialismo (no âmbito que for), os males que estão língua, os vazios conceitos de mentira e verdade, os tabus e os dogmas; lanço aqui o Partido do Eu Sozinho, que no âmago todos conhecem muito bem, remoer como ajudar a população, querer fazer o melhor, tomar traumas alheios, seja por pose ou por segurança, estão fora de nossa realidade, nosso brado será o egocentrismo, pois ele pode ser um pequeno passo para imoralidade, mas um grande passo para o mundo real.

Infelizmente achei essa cena somente em espanhol.
Gessony Pawlick Jr.

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