terça-feira, 1 de novembro de 2011

Provar o quê?

Há algum tempo os alunos faziam as provas e se preocupavam somente com o resultado, nota de corte, data de exposição das notas. Hoje, a essas expectativas foi acrescentado o temor da validade da prova, principalmente se o caderno da prova for o amarelo.

Pelo segundo ano consecutivo, há problemas com as provas do Exame Nacional do Ensino Médio distinguidas pela cor de aspecto amarelado da primeira página. No ano passado, a prova com tais características já apresentava problemas como ausência de questões na sequencia lógica enumerada, e no ano de 2011 não foi diferente. Os vestibulandos, que responderam às 180 questões e fizeram uma dissertação com tema proposto pelo MEC, não sabem o fim dessa novela criada em torno do Enem, tudo porque em um colégio de Fortaleza foi feito um pré-teste do ENEM e neste pré-teste continham 13 questões que foram igualmente apresentadas no caderno de prova amarelo.
 Os vestibulares são todos iguais e ruins. Estão errados e sinalizam mal para o ensino médio. O ensino hoje está voltado para o vestibular e termina que boas escolas estão piorando em função disso Fernando Haddad Ministro da Educação em entrevista ao G1.
 Mesmo com todos os problemas ora de vazão de informação sobre questões , ora por erro técnico na impressão das folhas de prova. Há um projeto do Governo Federal para instituir o Enem como único vestibular para ingresso em instituições federais. O trecho acima citado é um argumento usado pelo Ministro da Educação para fundamentar a execução de um prova única, subentende-se deste trecho que o Enem é uma prova perfeita, produzida conforme o conhecimento adquirido pelos alunos durante o ensino médio, não apresenta erros em sua excecução e ,portanto, é essencial para julgar se determinado aluno está apto a cursar o curso escolhido.

Esse exame, que é considerado por alguns essencial para o ingresso de estudantes nas universidades públicas, era visto como uma forma de desmistificar os vestibulares de fim de ano. Em seus primeiros anos de implantação o Enem era feito sem muita pretensão pelos alunos e seu resultado era tido como um julgamento do conhecimento obtido, tendo em vista que nos primeiros anos o exame não valia mais do que uma simples avaliação da qualidade de ensino das instituições. Nos últimos anos, com a progressão do valor da prova, vieram também as tentativas de burlá-las, a partir de 2010, quando as notas de Enem valiam, ainda que não fosse 100%, também como forma de ingresso nas instituições de ensino federais.

Toda essa discussão sobre qual deve ser a prova que avaliaria o conhecimento do aluno e o concederia, ou não, o direito de cursar a universidade chega, ao meu ver, em outro questionamento: Será que uma prova é responsável por avaliar o conhecimento de alguém? Os fins acabam por justificar os meios, corroborando com o maquiavelismo, os alunos estudam para acrescentar o saber ou para saber o necessário para ser APROVADO?

Créditos da foto 02: Rodrigo Clemente, o Tempo, Agencia Estado
Adilson Costa Jr.

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