Rafaela Bernardino
O jornalista Marcelo Tas discutiu na ALESC o que é a “rede”
Foto: Rafaela Bernanrdino |
O apresentador começou a palestra falando um pouco sobre sua vida e carreira. Formado em Engenharia Civil pela USP no início dos anos 1980, foi na universidade, através do diretório acadêmico que descobriu sua vocação. Em eleições para o DCE como a chapa da esquerda, chamada “Beleza Pura” (Homenagem a música de Caetano Veloso), Tas foi nomeado o assessor de imprensa e editor do jornal universitário “Cê viu?”, que misturava humor e jornalismo. Marcelo Tas venceu as eleições contra a chapa da direita, liderada por nada mais nada menos que Gilberto Kassab.
Depois de tentativas frustradas de criar uma
produtora, Tas foi chamado pela TV Gazeta para elaborar pequenas reportagens. O
também ator comentou não ter a menor noção do que era fazer uma reportagem e
seu câmera, na época Fernando Meirelles, não sabia operar o equipamento, “Ele
era realmente muito ruim, mas acho que hoje ele aprendeu”, brincou. Sobre a
oportunidade de trabalhar como o repórter fictício Ernesto Varela, o jornalista
comentou, O meu trabalho foi mostrado. A Gazeta foi o meu Youtube”.
Marcelo ainda explicou a importância do
que se é colocado na rede. Segundo ele, as pessoas simplesmente não têm mais
cautela sobre o que postar, “A publicação é algo que precisamos aprender a usar
novamente”. E ainda explicitou a importância da conectividade e tempo real, “Antigamente
a gente saía de tijolão com 2 horas de bateria. Isto era algo sensacional. Hoje
não é mais assim, (...) não importa onde você esteja, sempre estará na mesma
rede”.
A
ideia de rede, segundo o jornalista, vem desde os primórdios, na época da
Mesopotâmia, em que cada um tinha sua rede de contatos. A suposta “rede” é um
emaranhado de conexões que cada um de nós faz durante a vida. Tas exemplificou
que toda sua carreira pode ser vista na rede, mas tudo o que nós fazemos também
já é visível.
“É preciso prestar atenção. Se vocês acham que eu estou brincando, não estou! Isto é fato. Hoje em dia as pessoas já olham Twitter e Facebook para entrevistas de emprego”. Enquanto assustou alguns pelos dizeres, conseguiu manter os ânimos, “Tudo o que vocês fizeram na vida está na rede. E o melhor de tudo: não é a Rede Globo”, brincou.
“É preciso prestar atenção. Se vocês acham que eu estou brincando, não estou! Isto é fato. Hoje em dia as pessoas já olham Twitter e Facebook para entrevistas de emprego”. Enquanto assustou alguns pelos dizeres, conseguiu manter os ânimos, “Tudo o que vocês fizeram na vida está na rede. E o melhor de tudo: não é a Rede Globo”, brincou.
Já na segunda parte do encontro, o
jornalista comentou sobre o atual momento da televisão e a perda de espaço para
a internet. “Por que não olhar como uma oportunidade em vez de um problema?”.
Tas diz ser positivo e que a fase é não só uma transição tecnológica, mas
também cultural, “É uma mudança que não tem volta. É uma mudança cultural que
está acontecendo internamente em cada um de nós, (...) qualquer instituição que
não entender essa mudança pode perder o diálogo com o cliente”.
Uma
notícia boa para os fãs de CQC e de Marcelo Tas: ele valoriza - e muito - os
comentários nas redes sociais. Depois da migração de dezenas de famosos para o
meio virtual, o jornalista percebeu que era preciso sim manter o diálogo com o
internauta. Marcelo mostrou durante a palestra vários comentários de seus
seguidores no Twitter e fãs que o acompanham em seu blog pessoal e pelo Facebook.
Em especial, o apresentador do “Custe o
que custar” trouxe o comentário de uma telespectadora de 12 anos pedindo
encarecidamente para diminuírem os palavrões durante a transmissão. Caso o
contrário, ela seria obrigada a nunca mais ver o programa. Marcelo levou o
comentário pessoalmente aos colegas pedindo mais cautela durante o programa. A
mudança de comportamento do CQC, segundo o próprio apresentador, está
diretamente ligada aos internautas. Marcelo diz ser apaixonado por mudanças e que
está feliz com a nova fase.
A hora do público com
o “cabeça branca”
Foto: Rafaela Bernardino |
A pergunta
que não podia faltar era sobre o polêmico Rafinha Bastos. Questionado se o
antigo companheiro de bancada fazia falta no programa, Tas foi objetivo: “Mas é
claro que faz, a começar pelo tamanho dele”, mas explicou que a decisão de sair
do programa foi do próprio humorista, “O que muita gente não sabe é que foi o
próprio Rafinha que decidiu sair do CQC. Foi uma escolha dele. Agora você tem
que perguntar para ele se faz falta. Eu não poderia te responder isso”.
Na hora de
separar o joio do trigo o que surpreende é a relação público-Marcelo e sua polivalência.
Ele atinge pessoas das classes A, B, C e D. E não somente: As crianças o amam!
Isto vem, é claro, de um passado voltado ao público infantil, com participações
em programas infantis como Castelo Rá-Tim-Bum, em que interpretou o professor
Tibúrcio (bons tempos aqueles). Hoje, Marcelo Tas além de apresentar o CQC
participa do programa Conversa de Gente Grande na Bandeirantes e “Plantão do
Tas” no Cartoon Network.
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