Antunes Severo
Quem nunca se viu “apertado”, surpreendido por uma circunstância desastrosa ou simplesmente grotesca? Numa daquelas situações inesperadas, ridículas ou simplesmente embaraçosas.
Pois, confesso, que quase cheguei a um beco sem saída, quando na quinta-feira, me dei conta de que a matéria de estreia no Estopim, nem se quer havia sido iniciada.
Aliás, a coisa ficou ainda mais embrulhada – quando, em vez de luzes para iluminar o túnel – só despencavam sobre a minha cabeça perguntas, perguntas, perguntas.
Piorou ainda mais quando eu tive a louca ideia de ler alguma coisa dos demais colaboradores. Foi fulminante.
Quando abri o blog e dei com o artigo da profressora Raquel Wandelli, respirei aliviado: conheço o texto maravilhoso da Raquel desde a década de 1980 quando ela foi pesquisadora e uma das autoras do livro sobre os 25 anos da agência Propague.
Ela me entrevistou e escreveu um artigo sobre a minha trajetória profissional na área da propaganda e o fez com tal engenho e arte que é uma das coisas mais preciosas que eu guardo até hoje.
Parei um instante saboreando a alegria de reencontrá-la neste projeto do Estopim. Quase me debulhei em lágrimas quando, de memória, revivi a emoção sentida ao ver publicado no livro o texto intitulado “O sonhador de Itapevi”.
Sem notar, repeti como se estive lendo pela primeira vez:
“Em Itapevi, terceiro distrito de Rosário do Sul, interior do Rio Grande do Sul, um menino de olhos azuis fita a estrada que conduz à cidade. No horizonte além das dez casas que compõem o distrito, vê o sonho de ser locutor de rádio. Ouvia dizer que na sede, as famílias ricas tinham uma caixa, que falava e tocava tangos. E isso o fascinava desde a infância”.
“Como todo o município que se preza, a cidade de Rosário tinha uma igreja, uma praça e um serviço de alto-falantes. O garotinho que sonhava ser locutor era Eurides Antunes Severo”.
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