Pronto Atendimento Unimed, na Grande Florianópolis, deixa a desejar
No modo “tartaruga”, o Pronto Atendimento Unimed, localizado em São José, não possui boa estratégia e garante horas de espera
Duas horas e meia esperando para um atendimento que, segundo a Unimed, deveria ser de emergência. Você paga uma sumidade em um plano de saúde e o que recebe em troca é mais incômodo e descaso?
Era uma segunda-feira, perto da 19h30. Estava com dores fortes e resolvi ir ao pronto atendimento Unimed - São José, para resolver o problema. Grande ilusão! Minha impaciência estava longe de ser alcançada e – graças aos remédios para dor -, meu desprazer em adoecer beirava o leve. Entretanto, a sequência de absurdos acarretaram na produção deste texto.
O primeiro absurdo é o fato de o estacionamento permanecer aberto até às 22h, enquanto o atendimento é 24h. O cliente chega lá e já é avisado pelo segurança que: ou coloca seu veículo na rua mesmo ou no estacionamento até o horário em que fecham. Ou seja, você já chega lá sabendo que irá esperar um tempo grande. O doente fica mais preocupado em tirar o carro na hora em vez de ser atendido.
O segundo absurdo é o sistema usado para atender o cliente. Além de pegar a senha para verificar os documentos (é um procedimento comum, mas que já é desgastante para quem está doente), fica-se no aguardo para ser avaliado o “acolhimento de risco”. O sistema funciona assim: você, doente, é chamado para uma avaliação em que é olhada a pressão, a temperatura e se sua feição está aceitável. Não chegou a um minuto (contatos no relógio) a olhadela. Pior, você ganha um rápido “melhoras”. Para quem está em uma situação péssima, isto é suficiente para indignar. Antes de sair, a avaliadora coloca em seu braço uma pulseira com a definição do risco que sua saúde está correndo. A azul é a chamada “não urgente” – significa que você vai mofar na cadeira -, a verde é a “pouco urgente”, a amarela é a “urgência” e a vermelha é “emergência” – significa que você está morrendo de dor, mas ainda passou por uma avaliação em que precisou esperar na fila. Outra coisa interessante a se destacar acerca deste assunto é o fato de que o adoentado que chega depois e possui o risco maior, ganha a prioridade. Ou seja, você que tem a pulseira azul vai ser passado para trás na fila toda a vez que aparecer um caso mais grave.
O terceiro absurdo é a equipe médica que não supre a demanda de pacientes. Havia várias pessoas – algumas sofrendo mais que outras -, e apenas dois médicos de plantão. Segundo a atendente (não citarei nomes), a troca de turno entre os profissionais causam esta pequena falha. Acredito que para quem está sofrendo isto é uma calamidade! Encontrei uma professora do Ensino Fundamental do Colégio Antônio Peixoto, no Estreito, com seu filho adolescente esperando o atendimento há mais de duas horas. Os dois estavam com dores e vários outros pacientes passaram na frente. Muitos, que pareciam em perfeito estado, foram adiantados e liberados, enquanto mãe e filho permaneciam na espera.
A ideia do atendimento da Unimed não é ruim, mas faltam pessoas para suprir a demanda. Pecam muito na agilidade e com isso deixam os pacientes sofrendo, irritados e insatisfeitos.
Garanto que este não é o objetivo de uma empresa que possui 367 cooperativas com abrangência em 83% do território nacional. Há reclamações de clientes e a resposta é que existe um novo local de atendimento, desde 24 de maio, na Trindade. O paciente que está na unidade São José vai atravessar a ponte à procura do novo espaço? É interessante a satisfação que é fornecida ao cliente, no entanto o problema continua. Pagamos caro e o sistema não é funcional. “Melhoras, Unimed”.
Crédito das fotos: Rafaela Bernardino
Rafaela Bernardino
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