Camila Albuquerque
A vida nos derruba logo quando achamos que estamos andando em frente. Assim como o
mar ela nos engana, calmo na superfície como se não houvesse toda aquela profundidade
que nunca toca a sola do pé. Aprendi de um jeito ou de outro como lidar com as
situações contrárias. Conheci pessoas que antes julgara ruins e hoje quando as
vejo faço uma espécie de ritual, e as peço desculpas sempre mentalmente.
Viver presencialmente na vida de alguém é tarefa difícil.
Considero-me uma pessoa melhor aqui dentro de mim. Não sei externar bondade da
mesma forma que consigo externar meus rompantes. Tenho rompantes diários. E por
isso também, perdoem-me.
Sinto aqui dentro, não sei se é de forma imaginária ou até
irreal, mas sinto e penso coisas sobre essas tais coisas e pessoas que não
consigo expressar. Penso que aprendi a viver, mas enxergo nos meus e nos seus
erros o quanto temos todos que mudar. Quero fazer parte de uma realidade onde
não tenhamos medo de ser bons. O medo é tão carcereiro quanto prisioneiro.
Gostaria de fazer com que os seres pensantes pensassem de
forma conjunta e incondicional. Que os seus sonhos não fossem menores ou maiores,
tão pouco as suas desilusões. Nascemos para seguir um padrão de
superficialidade? Estamos aqui disputando espaço ou juntando opiniões? Você
consegue me definir pelas minhas ações? Se nem mesmo eu sei o motivo de
fazê-las. E não sabemos, só fazemos e as mantemos.
Aprendi a viver esses dias. Acordei depois e não sabia de
mais nada. Aprendo e desaprendo a cada vez que faço algo sem a vontade de
fazê-lo. Nasci para ser feliz ou nasci para entrar na fila das decisões
corretas? Achamo-nos superiores quando, na verdade, ainda nem aprendemos a ler.
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