terça-feira, 6 de agosto de 2013

Aprendi a viver

Camila Albuquerque


A vida nos derruba logo quando achamos que estamos andando em frente. Assim como o mar ela nos engana, calmo na superfície como se não houvesse toda aquela profundidade que nunca toca a sola do pé. Aprendi de um jeito ou de outro como lidar com as situações contrárias. Conheci pessoas que antes julgara ruins e hoje quando as vejo faço uma espécie de ritual, e as peço desculpas sempre mentalmente.

Viver presencialmente na vida de alguém é tarefa difícil. Considero-me uma pessoa melhor aqui dentro de mim. Não sei externar bondade da mesma forma que consigo externar meus rompantes. Tenho rompantes diários. E por isso também, perdoem-me.

Sinto aqui dentro, não sei se é de forma imaginária ou até irreal, mas sinto e penso coisas sobre essas tais coisas e pessoas que não consigo expressar. Penso que aprendi a viver, mas enxergo nos meus e nos seus erros o quanto temos todos que mudar. Quero fazer parte de uma realidade onde não tenhamos medo de ser bons. O medo é tão carcereiro quanto prisioneiro.

Gostaria de fazer com que os seres pensantes pensassem de forma conjunta e incondicional. Que os seus sonhos não fossem menores ou maiores, tão pouco as suas desilusões. Nascemos para seguir um padrão de superficialidade? Estamos aqui disputando espaço ou juntando opiniões? Você consegue me definir pelas minhas ações? Se nem mesmo eu sei o motivo de fazê-las. E não sabemos, só fazemos e as mantemos.

Aprendi a viver esses dias. Acordei depois e não sabia de mais nada. Aprendo e desaprendo a cada vez que faço algo sem a vontade de fazê-lo. Nasci para ser feliz ou nasci para entrar na fila das decisões corretas? Achamo-nos superiores quando, na verdade, ainda nem aprendemos a ler.

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