Thaís Teixeira
A fome foi a personagem principal e mais dramática durante
os 32 dias de enchente no Vale do Itajaí em 1983. Assim, que o prefeito da
cidade de Blumenau na época, Dalto dos Reis, expressou o tamanho da trágica
enchente que deixou milhares de mortos e desabrigados, principalmente em Blumenau. O
acontecimento histórico está há anos distante de nós, e sobre esses fatídicos
dias, talvez, algumas informações nos foi dada nas aulas de história nos
colégios preparatórios para o vestibular. Trazemos para cá, então, as palavras
de Esperidião Amin: povo sem memória não conhece seus defeitos e nem eleva o
seu valor.
Nesta última segunda-feira, 8 de julho de 2013, 30 anos
após a enchente, o jornalista Moacir Pereira lançou o livro Amin, 30 anos
depois, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Na mesma ocasião, em sessão
especial na casa dos legisladores, cidadãos que participaram dessa história
ouviam atentos e emocionados os depoimentos e homenagens enquanto folheavam o
livro que registra e documenta as enchentes de 1983.
_Quem não era nascido em 1983, não tem nenhuma memória escrita do que aconteceu e o que foi efetivamente essa tragédia
A obra organizada por Moacir Pereira é uma coletânea de
textos, entrevistas e reportagens de 23 jornalistas na cobertura das enchentes.
Na época, Esperidião Amin era governador do estado e a referência dele no livro
é feita para evidenciar suas ações como governador na tragédia de 1983 e como
elas foram essenciais para a rápida recuperação do Estado.
_O Esperidião Amin é uma espécie de vetor desse livro. Inúmeras atividades que ele executou como governador de Santa Catarina, especialmente no primeiro mandato, foram marcantes e permanecem até hoje. Projeto inéditos, na área da agricultura principalmente e sobretudo esse desempenho que ele teve no governo quando aconteceu essa grande tragédia, essa catástrofe
A solenidade de registro aos 30 anos dessa tragédia se tornou muito maior e fugiu, com honras, dos discursos demagogos. O que se ouviu foram depoimentos emocionados de homens que viveram aqueles 32 dias de angústia e sofrimento. As homenagens mostraram ao público presente personagens que, além de Esperidião Amin, foram de fundamental importância, como dona Alda Niemeyer. Na época, ela fazia a Rádio Comunitária de Blumenau e, naquele período, em que não se existia telefone móvel, televisão, água, luz e sequer comida as rádios comunitárias foram de extrema importância para facilitar a comunicação entre as pessoas. Assim como a ação da empresa de telecomunicações RBS. Moacir enfatiza a ação da emissora na cobertura da tragédia:
_Eu tive uma participação ativa na cobertura das enchentes, na TV Catarinense. E a RBS fez um trabalho único no Brasil, o melhor trabalho, trabalho de prestação de serviço público, jornalismo puro, ativo, eficaz e produtivo que se realizou na televisão foi realizado pela TV Catarinense, comandado a cadeia da solidariedade,
É preciso conhecer o passado, para fazer no presente e pensar no futuro. O livro Amin, 30 anos depois não traz apenas relatos. Ele recupera uma história, traz a memória de um evento que deverá ser lembrado por anos e anos. O que fica não é a tragédia e nem a tristeza. Permanece nos olhos, nas vozes e nos cabelos brancos dos que viveram essa época, no caso de Amin a notória careca, a solidariedade, o companheirismo e a determinação dos catarinenses.
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