sábado, 4 de maio de 2013

A locomotiva de Marina Silva

Coleta de assinaturas que visitou São Paulo, Rio de Janeiro, Acre e Rio Grande do Sul passou por Santa Catarina

Bianca Queda


Em visita a capital catarinense, nesta sexta-feira, 3 de maio, a ex-senadora Marina Silva afiançou que não está focada na sua candidatura à presidência da República em 2014, pelo menos não nesse momento. Seu objetivo atual é discutir ideias e não traçar planos para o próximo ano, “Não quero me colocar como candidata”, afirma. Marina Silva concedeu entrevista coletiva na Associação Catarinense de Imprensa (ACI), onde atendeu tanto a grande mídia, como aos "pequenos" blogs.

Seu o objetivo é conseguir 500 mil assinaturas, até julho deste ano, para que seja possível criar a Rede Sustentabilidade, novo partido político liderado e fundado por ela mesma. Marina expressou-se bastante decepcionada com o PV, legenda com a qual concorreu no último pleito - e anteriormente, desiludida também com o PT – salientou que o novo movimento será feito de acordo com as suas regras.


Sem grandes previsões sobre como será a performance de seu novo partido, caso tenha aprovação concedida, a Rede também ainda não tem um programa estabelecido, o que dificultou a resposta de algumas perguntas, como quando a ex-senadora foi questionada sobre o casamento igualitário. Marina tentou sair pela tangente citando os direitos civis de todos os cidadãos e a importância de um estado laico, mas foi pega de calças curtas e teve que admitir que esse assunto ainda não foi debatido por todos os membros do possível partido.

Marina Silva também foi questionada sobre como lidar com a criação de novos partidos, tendo em vista que caso a Rede seja aprovada será o 31º no Brasil. A fundadora explicou que é comum a criação e novos partidos no país, porém, não de um partido novo. “A Rede vem para quebrar o monopólio partidário, somos um movimento de borda.” Para ela a borda é diferente, pois não tem um centro. O centro se une pelas igualdades e a borda se une pelas diferenças, seu partido vem para inspirar legendas estagnadas como PMDB, PSDB e PT. 

A ex-senadora destacou a importância de Santa Catarina para a criação do partido, não pelo peso de votos como em estado maiores, mas por ter sido o berço do trabalho ambiental em todo o Brasil. A divulgação no estado possibilita a criação de uma nova cultura política, que ainda está muito engessada. 

A coleta de assinaturas está sendo muito positiva para o partido. Em dois meses e meio, 263 mil assinaturas foram arrecadadas, e pretendem chegar a 650 mil, para garantir as 500 mil assinaturas necessárias, contando com a margem de erro devido as quebras das assinaturas que somam em média 25% do total. 

Marina Silva aparentou estar bem otimista. Com sua proximidade do Senado, conta que já está fazendo vários trabalhos com senadores de outros partidos. O acolhimento do público jovem também faz com que o otimismo aumente, “Em todos os lugares que fomos, tivemos grande recepção do movimento da juventude”. Mas, como a própria Marina disse, “Política é uma dose pequena de previsibilidade e uma dose grande de imprevisibilidade”. Mas, e se o partido não vingar? Essa foi a pergunta que ficou no ar.


Fotos 1 e 2: Leonardo Contin
Foto 3: Do universo da internet

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