1ª
Semana de Arte Popular de Florianópolis mostra e valoriza diversos segmentos da
cultura catarinense
Thaís Teixeira
Certa
vez, depois de uma videoconferência com uma arqueóloga, falei para o meu
professor: Eles (os cientistas) se colocam num patamar tão elevado que elitizam
a ciência impedindo que tenhamos acesso a ela. Com a arte não é diferente.
Segmentada em diversos conceitos e movimentos, ela também atinge altos
patamares e não permite que a alcancemos.
Tô dentro! |
Essa
conversa é para entrar no assunto da Primeira Semana de Arte Popular, que ocorre
até o dia 7 de abril, em Florianópolis. A SAPo é organizada pelo Diretório
Acadêmico de Artes (DART), Diretório Acadêmico Oito de Maio (DAOM), da Udesc, e
pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSC, além de Centros Acadêmicos
e coletivos estudantis. A proposta é apresentar as diferentes linguagens
artísticas culturais, com trabalhos produzidos por artistas catarinenses.
Acompanhe a entrevista com o DCE da UFSC:
Thaís Teixeira: Quando surgiu a ideia da SAPo?
DCE Luis Travassos: Surgiu como uma proposta da chapa Voz Ativa das
eleições para o DCE da UFSC. Sentíamos falta de espaços de cultura e de arte
com um conteúdo mais crítico e engajado. Quando assumimos a gestão, conversamos
com colegas de outras universidades, como da UDESC, e vimos o como seria
interessante poder integrar a UFSC e a UDESC e pensar em atividades que
aproximassem as duas universidades, que mesmo estando tão perto às vezes
parecem tão longe.
Thaís: Como foi a produção?
DCE: A organização do evento passou por reuniões abertas, onde convidávamos
mais pessoas interessadas a se agregarem na construção do evento, onde o
Coletivo Kurima se somou. A seleção dos trabalhos foi uma tarefa muito difícil,
foram muitos trabalhos muito bons, mas tínhamos o limite de tempo, espaço e
estrutura. Usamos alguns textos de base para entendermos mais o conceito de
arte popular e essas discussões nos fundamentaram na seleção dos trabalhos.
Pensamos desde a composição das mostras, nos estilos e no caráter da produção
do trabalho.
Thaís: Qual o objetivo da Primeira
semana de arte popular?
DCE: A gente espera que esse evento seja um dos vários por vir e que cada
vez mais gente se some nessa busca por uma arte transformadora da nossa
realidade. Que se tenham mais iniciativas que apóiem a produção artística e
cultural na nossa cidade, que tem muita coisa boa, muitos trabalhos de
qualidade que por vezes são pouco valorizados.
Thaís: Qual o balanço que vocês fazem dos primeiros dias de evento?
DCE: Foi uma grande alegria de se ver concretizando um pedacinho desses
mais de seis meses de trabalho. De ver tanta gente talentosa, tantos debates
com conteúdo. Enfim, muita satisfação e alegria no contato com cada artista,
com cada pessoa que veio apreciar. Foi um desafio muito grande, pois nenhum de
nós jamais tinha organizado um evento desse porte.
Organizar
essa Semana também tem evidenciado as dificuldades de trabalhar com arte e
todos os “sapos” que a gente tem que engolir, toda a batalha que temos que
travar para conquistar esse espaço, pois é uma disputa de espaço para uma
atividade que se propõe a pensar voltar e voltar a dar um significado a
própria universidade.
Thaís: Qual mensagem que a SAPo deixa
para Florianópolis?
DCE: Acredito que a mensagem que a gente quer passar é a de valorização do
trabalho dos artistas locais, colocar o foco na arte da nossa cidade, que é tão
linda, colorida e variada e principalmente no conteúdo que essa arte pode ter,
de se buscar um mundo novo, melhor, mais bonito, que é um sonho que a arte traz
consigo.
Pensar
como a arte pode ser um instrumento de expressão e emancipação de um povo, como
ela pode impulsionar nossas lutas e nossas alegrias. A gente tem aprendido
muito na organização da Semana e esperamos muito poder organizar uma próxima e
tantas mais outras, com mais experiência e mais aprofundamento no debate e que
essa semana seja uma fagulha para inspirar mais atividades e motivar as
pessoas. A semana tem sido um espaço de experimentação e crescimento, de
aprendizado, superação, muita correria e alegria! Que ela se espalhe e contagie
todos.
Tom Zé, toca Desafio para o leitor aí:
Tom Zé, toca Desafio para o leitor aí:
Calma!
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