domingo, 3 de junho de 2012

“Nem toda palavra é 
Aquilo que o dicionário diz 
Nem todo pedaço de pedra 
parece com tijolo ou com pedra de giz”

As aparências enganam. Essa é uma frase bastante clichê, mas muito objetiva. Ela denota a ideia de que nem tudo o que pensamos a respeito de alguém ou algo está correto, e que o julgamento também não. Será a “coisa” que não está se mostrando corretamente, ou seriam os olhos de quem a vê que estão distorcidos?

Ocorreu-me que em uma tarde normal, na loja onde trabalho, entrou um sujeito extremamente mal cheiroso, visivelmente sujo, vestindo trapos e com os cabelos emaranhados pela falta de limpeza. Primeiramente, fiquei com medo que fosse roubar algo e o enxotei. No mesmo instante, ele me olhou nos olhos de uma maneira intensa e com uma expressão bastante triste me disse: “mas eu só queria olhar moça...” e saiu. 

Fiquei me questionando se agi errado e acabei me enxergando como vilã. Por dias matutei isso aqui dentro da minha cabeça. Será que o homem não valia nada como pensei, ou apenas estava sentindo curiosidade por aquilo que não costuma ver no cotidiano, já que a loja vende pedras semipreciosas? No fim, não cheguei a nenhuma conclusão. Tudo o que fiz foi pensar no assunto por muitos dias. O que ele era não tem importância, porque o que realmente faz sentido é que não foi um ignorante. Simplesmente aceitou a cabeça para a minha grosseria e foi embora.

Agora, pergunto-me: “como os leitores do Estopim me classificarão e me julgarão?” Não sei a resposta, mas gostaria que me vissem como uma garota de quase 19 anos, bipolar e repleta de um sentimentalismo bruto. Uma garota estudante de Direito, defensora do feminismo e que se sente um “peixe fora d’água” diante desta patota jornalística. E que acima de qualquer enchimento de linguiça, se orgulha em poder expor seus pensamentos esdrúxulos por aqui.

Vocês verão textos sentimentais e frustrados. Sou dona dos extremos e gosto de “oito ou oitenta”. Preocupo-me com meu português, que talvez não seja tão correto como os outros escritores que poderão e deverão me corrigir quando julgarem necessário. Minha marca registrada será escrever sobre situações cotidianas com o coração, com a alma e com toda a paixão que eu tenho pelas letras.

Peço apenas que não ajam como eu agi, porque posso não estar demonstrando minha personalidade corretamente, mas os seus olhos também podem estar distorcidos como os meus estiveram naquela tarde.

Marcelle Costa Oliveira

3 comentários:

Thaís Teixeira disse...

Marcelle, seja muito bem-vinda ao Estopim. Que seus textos possam passar ao leitor o pedacinho escritora que existe dentro de você e que eu consegui enxergar hoje ^^

Rodrigo Brito disse...

Parabéns e uma boa sorte nessa nova etapa meu anjo. E que os leitores enxerguem o potencial e a facilidade que tens com as palavras. ;)

Felipe Kowalski disse...

Oi, Marcelle. Eu gostei muito do seu texto, acho que você tem bastante talento. Não se sinta uma estranha no ninho por estares num antro de jornalistas, a paixão e o dom pela escrita quebra as barreiras de cursos, e vejo que tens muito talento! Continue assim! (: