sábado, 16 de junho de 2012

Banco Postal, será?

Como vocês sabem, esta semana começou a Rio+20 e eu com certeza deveria escrever sobre isto (realmente iria). No entanto, um fato inusitado aconteceu durante esses dias e não posso deixar de compartilhá-lo. Vamos a um breve resumo da história:

Estava eu indo mandar uma correspondência pelo correio e deparei-me com uma fila gigante em plena terça-feira às 14h. Até aí nada de tão errado. Esperei cerca de quinze minutos e simplesmente ninguém havia saído ou entrado. A impaciência, como em qualquer mortal, começou a se aproximar. Parei para notar o que tinha nas mãos das pessoas (apenas como válvula de escape para distrair), e encontrei na maioria delas contas para pagar. Contas para pagar? Mas aqui não é os Correios, onde as pessoas deveriam enviar coisas? Pois é, não mais.

Minha ignorância é grande. Olhei para cima e estava escrito em uma placa gigante: “Banco Postal – Banco do Brasil”. Eureka! O correio agora virou banco. A moça a minha frente estava disposta a quebrar o pescoço dos atendentes pela demora. O caixa de atendimento prioritário estava vazio e a fila só crescia. E aí, Zé?


Bom, o que falar dos Correios? Em geral o serviço é muito bom, entregam com qualidade e eficiência, além de toda a organização. O risco de problemas sempre existe, mas de uma maneira ampla, a satisfação é maior. Entretanto, a nova parceria com o Banco do Brasil, que começou a funcionar em janeiro de 2012, está dando o que falar. Falei de minha ignorância no parágrafo anterior porque de fato a ideia do Banco Postal surgiu no país em 2002, com a parceria dos Correios com o Bradesco. Foi apenas em maio de 2011 que o Banco do Brasil conseguiu ser o dono da vez. Com uma das maiores operações de transição do Sistema Financeiro Nacional, o sistema fornece vários serviços financeiros: saques, cartão de crédito, pagamentos de contas, consultas de saldos e extratos, pagamento de benefícios do INSS, abertura de conta e depósitos.

A moça a minha frente dizia: “Virou praticamente um banco! Se querem fazer este tipo de atendimento precisam de estrutura!” Realmente, a estrutura do banco para tais serviços vão de caixas para determinados serviços até vigilância em cada unidade. Não vi nada disso na agência na qual estava. Mesmo com a aliança histórica entre as duas empresas brasileiras, os problemas de caixas especializados para o atendimento bancário e de segurança estão presentes.

Tudo bem, não vamos jogar tantas pedras, a ideia inicial é boa e nobre. Como não existem agências bancárias em todos os lugares do país (os números comprovam que 39% dos brasileiros não possuem contas), e os Correios estão em 95% do território, nada melhor que unir o útil ao agradável, certo? Assim, cidades de difícil acesso e interioranas poderiam ter este serviço financeiro. É algo muito próspero realmente. No entanto, o que precisamos para ter um bom desempenho? Estrutura. E é isto que está faltando para os Correios.


É uma grande pena, pois se existe empresa rápida e eficiente é os Correios. Agora os Bancos Postais têm trinta dias para colocar vigilância e alarme nas unidades, caso não cumprir a obrigação serão multados com quinhentos reais diários (eles ainda podem recorrer). Bom, recorrer de quê? Princípio básico: para fornecer um serviço precisamos ter estrutura. Espero que o caso seja resolvido logo, já que nós que queremos utilizar o serviço genuíno estamos sofrendo com as filas!

Rafaela Bernardino

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